quarta-feira, 4 de junho de 2008

Verdadeira alegria do bolso, Paraná Clube do Maletão

O que você entende por valor? No primeiro momento, peço que as cifras sejam esquecidas e que se concentre apenas no lado sentimental. A comida da mamãe, o presente de um filho e atitudes surpreendentes nos possibilitam a valorização. Qual torcedor já não “fez das tripas coração” para assistir a um jogo do seu time? Não precisa ser a final do campeonato, a paixão pelo clube se dá em qualquer situação e é desta forma que a nação paranista vem se portando.

No último sábado, cerca de 1.500 apaixonados representaram a massa tricolor ao segurar seus cachecóis para a foto “histórica”, na também “histórica” reta do relógio, no templo “histórico” da Vila Capanema. Quanta história para um clube só! Palmas e mais palmas para a valorosa idéia do departamento de marketing e também para os modelos, que mais uma vez promoveram uma manifestação única no futebol brasileiro. Já que a arte não pode ser aplaudida em campo, então, que seja fora dele.

Valor sentimental. Algo muito maior que qualquer quantia. É, era para ser assim. Pena que os poderosos, da diretoria ou do Grupo de Investimentos do Paraná Clube, não pensam desta forma. O bolso dói mais, e ver o próprio time definhando na série B vira conseqüência. “Vamos dar a volta por cima” ou “Na próxima partida nós vamos arrancar rumo à primeira divisão”, parecem falas da mulher que sempre diz que na segunda-feira começará o regime.

Por que Joélson, a lenda, ainda é escaldo para entrar em campo? Digo, sem meias palavras, que este foi o pior investimento da vida do tricolor paranaense. Nem uma criança de cinco anos, na beleza de sua inocência, consegue acreditar que o “craque” ainda vai desabrochar. Mas, se o cara é tão ruim, quem seria o “gênio”, que vendo a situação se piorar a cada dia, ainda insiste em pagar o uísque, perdão, o salário deste indivíduo?

O fato é que o Paraná Clube está para o futebol brasileiro como o Paraguai (país) para a América latina. Boas ofertas, baratos que saem caro e uma fiscalização patética fazem parte da realidade da Vila Capanema. Os exemplos vêm, respectivamente, nas manchetes a seguir.

Visite o Paraná Clube e leve um craque, baratinho

Boas ofertas: os destaques do futebol carioca, como Lúcio Flávio e Thiago Neves, sem falar do Washington, saíram do tricolor como um grande amor que parte para sempre. A gralha ficou a ver navios. Recentemente, Josiel, artilheiro do Brasileirão do ano passado, foi vendido por dez milhões, creio que nem três destes milhões passaram perto dos cofres da Kennedy. Marcelo Moreno, o boliviano, ex-Cruzeiro, mal jogou o brasileiro e foi vendido por mais de 20 milhões. Respondam-me por que o Paraná Clube se porta como uma mãe nas negociações? Onde está a valorização do clube?

Paraná Clube vende até o torcedor para manter o craque Joélson

Baratos que saem caro: Joélson chegou como sonho de consumo da cúpula tricolor, e como sonham baixo esses diretores paranistas. Paranistas ou dinheiristas? O mito não deu certo, a torcida deu a trégua, perdoou, até tentou gritar seu nome, mas, não houve jeito, e ele continua a horrorizar os apaixonados da Vila Capanema. Mesmo sendo nosso artilheiro no campeonato estadual, não tivemos a sorte de receber uma proposta pelo craque. Só entra em campo para alguém em particular não sair no prejuízo, e enquanto isso quem leva a pior é o esquadrão tricolor e os guerreiros da arquibancada.

Paraná Clube: aduana libre!

Fiscalização patética: Miranda rouba e rebaixa o tricolor. Futuras promessas são esquecidas. Bons jogadores são vendidos por migalhas e o Paraná Clube se transforma na Ciudad del Este do futebol brasileiro.

Por tudo isso, falo em valor. A valorização aplicada a algo está dentro de cada um. O verdadeiro Grupo de Investimento somos nós, que não medimos esforços para ver nosso time no posto mais alto sempre. Injetamos nosso salário mínimo em ingressos, produtos e até em apostas. Era desta maneira que os homens fortes do paranazão deveriam tratar o nosso maior motivo de amar o futebol. Nivelam por baixo, desvalorizam e colocam em segundo plano a verdadeira alegria do povo, o Paraná Clube do coração. Para eles, a verdadeira alegria do bolso, Paraná Clube do maletão.

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